Trekking nos Kalungas passando pelas 3 comunidades
Trekking nos Kalungas passando pelas 3 comunidades
Saímos, Eu e Ivam, de Brasília as 16h30 em direção a Cavalcante/GO.
Viagem tranquila até Alto Paraiso, depois a estrada piora muito até Cavalcante.
Plano A: dormir na fazenda de uma amiga do Ivam, mas a porteira estava fechada. Plano B: pousada confortável em Cavalcante, nada mal.
Jantamos uma pizza com o Mauricio da Sussuarana, que seria o motorista para deixar-nos no funil do Paranã.
Acordamos as 5h30, pegamos o Mauricio no CAT às 6 horas e seguimos em direção ao Funil.
Iniciamos às 7h30 em ponto uma trilha conhecida até a casa de D. Eva, parteira kalunga da região (já quase sem trabalho.. uma pena), margeando o Paranã, 2 horas e 15 minutos até lá, nada mal para quem carrega 20 kg nas costas...
Atravessamos o Almas na canoa dos netos de D. Eva. Eles falam um quase dialeto bem complexo de entender.
GPS ligado: inexplicavelmente, parte do tracklog sumiu, e logo a parte desconhecida da trilha, então navegamos com o mapa do IBGE 1:100.000. Divertido! Contamos com a ajuda dos mapas do Google Earth também.
Um sol de rachar coco, protetor solar 50 !!!
Seguindo a trilha razoavelmente bem marcada, passamos por várias casas de Kalungas, e em cada uma sempre fomos muito bem recebidos, atualizando informações sobre a melhor trilha, pegando algumas dicas para cortar caminho. Nada como a ajuda de quem anda pelo lugar...
Trilha plana. Sol de rachar. Nada de sombra.
O Paranã ajuda bastante a navegação. Na metade da trilha, voltamos a margeá-lo com boa cobertura de árvores. Ivam não estava sentindo-se bem, fraqueza geral. Quando chegamos ao Rio Boa Vista, afluente do Paranã, ele estava mal.
O tempo mudou, fechou, 15h30.
Enquanto a chuva não vinha e Ivam descansava, fui procurar um local para acamparmos, pois a próxima área possível de acampar, na situação em que ele estava, nós não a alcançaríamos. Subindo uma trilha alternativa, achei um ranchão abandonado, mas em ótimos condições. Logo a chuva começou..
Barraca montada sem cobertura, o calor estava insuportável!
Jantar e dormir.
Acordamos tarde para o segundo dia, às 7 horas. Conseguimos iniciar a caminhada às 8h30. Dia do Caldeirão do Moleque.
GPS ligado, sem tracklog, trilha bem marcada até a primeira serra onde ela sumiu.
Sem trilha e sem tracklog, a navegação foi no mapa.
Até que a subida não foi muito complicada, mesmo com o sol já pegando perto do meio dia.... O problema era onde descer para podermos reencontrar a trilha sem nos perder muito. Por sorte não tivemos muitos problemas. Seguindo a trilha, encontramos mais uma casa Kalunga, fechada no momento: domingo é dia de visitas.
Saindo da casa, uma estrada de rodagem com uma descida forte e o início da parte mais chata: plano, estrada sem cobertura, sol queimando.
Passamos por muitas residências Kalungas onde sempre fomos bem recebidos.
Foi complicado chegar à casa da Dona Valeriana, ponto de acampamento para a segunda noite. Estava muito, muito quente, poucos rios para refrescar.
Com autorização da Dona Valeriana para montarmos acampamento, ficamos de conversa. E ela gosta de conversar....
Quando falamos que no dia seguinte iríamos para o Engenho pela trilha cavaleira, ela se assustou: – Vixi meus filhos, tem onça lá em cima!!!
Jantar e dormir cedo novamente.
Cansaço e ainda 35 km com uma subida de 700 metros de desnível. Resolvemos atacar a serra antes do amanhecer para escapar do sol que vinha castigando nos dois primeiros dias. Acordamos às 5 horas e já estávamos caminhado com as lanternas de cabeça às 6h10.
Subida dura, muitas pedras, mas linda.
Terminamos bem, e logo veio um longo campo, onde é fácil de se perder. é lógico que o tracklog também não estava completo. Divertimento à frente. Diferente do dia anterior, muitos riachos ajudando a passar o calor.
No inicio da tarde, atravessamos o Rio Curriola e avistamos, por baixo, a cachoeira do Girassol. Só escutei o Ivam dizer: “Deveríamos estar lá em cima!!!” Tínhamos errado na última bifurcação.
Erro corrigido, 200 metros de desnível, subida dura pela frente, tudo compensado pela vista da cachoeira.
Terminada a segunda serra, muitos quilômetros a mais de planície, mas também com muitos riachos, o que amenizava o calor infernal.
Próximo “way point” era a Cachoeira de Santa Barbara.
Chegamos bastante cansados ao estacionamento da Cachoeira às 15 horas. Lotado de turistas, carona fácil para os últimos 5 km. Nós merecíamos, já tinham sido 30 km no terceiro dia, com muita subida.
Carro no local combinado. Arroz, feijão e ovo frito no engenho. Banho em Cavalcante. Decidimos voltar na segunda mesmo para Brasília.
Em casa as 20h30.
Carnaval perfeito!!!
Ivam sempre teve a idéia de um Trekking passando pelas 3 comunidades, saindo do Funil do Paranã, atravessando o Almas, entrando no vão do Moleque e chegando no Engenho pelo trilha cavaleira
24,February 2012
almas, Moleque e engenho